quarta-feira, 19 de maio de 2010

Abrigo. Novas idéias.




Clique na imagem que dá para ver direito, e ler.
Se não entender minha letra, aqui vai um resuminho de cada um:
1) Abrigo para a energia presa em nosso interior.
O abrigo teria uma forma cilíndrica, com uma parede de metal, ferro, ou, para ser mais barato, várias latinhas de refrigerante grudadas e cheias de areia para ficarem maciças.
As pessoas do lado de fora, descarregariam sua energia externa, física, batendo nas paredes dele, com tacos, ferros, panelas, amarrados do lado de fora dele. (amarrados com correntes, para não roubarem. xD).
Em seu interior a pessoa poderia se trancar, e dentro teria uma luz, que ela poderia apagar para se sentir mais a vontade. A pessoa descarregaria sua energia interna, usando um dos dois microfones que encontrar la dentro. Um microfone ligado a uma caixa de som externa, se a pessoa quizesse compartilhar o que há em seu interior com os que estão do lado de fora. E uma caixa interna, para ela poder gritar consigo mesma, por puro desabafo. Dessa forma a energia da pessoa seria transmitida para o exterior, na forma de textos, poesias, músicas, e o que mais ela quizer.

2) Abrigo para o som.
A estrutura lembra muito o formato de matinhos, assim seria visualmente bem natural.
Porém seria formada por tubos flexíveis com microfones nas pontas. A pessoa poderia manusear os tubos para deixar o microfone como bem entender (mais acima, para captar o som do ambiente; ou mais abaixo para captar o som de passos, carros...; ou no meio, para captar o som das pessoas falando). Esses sons seriam levados até uma caixa de som acima da estrutura que os reproduziria, se possível, acelerando alguns, e tornando outros mais lentos. Se isso não for possível, a própria mistura dos sons, e amplificação dele, ja daria um efeito interessante.

Edit: Nos bateu a idéia de modificar um pouco a forma, para algo parecido com:

Dessa forma, com um tubo conectado ao outro, daria uma idéia de um moveimento mais em conjunto da estrutura, e o movimento de um usuário iria interferir no de outro, causando uma experiência com mais interatividade entre eles.

3) O que os olhos não vêm.
O terceiro abrigo seria uma estrutura formada por quadrados sobrepostos, formando algo parecido com três escadas com grandes degraus, nos quais as pessoas poderiam ficar andando, parar para conversar, esperar algo, ler, ou qualquer outra atividade. Enquanto isso câmeras iriam filmar a estrutura e os usuários, e seria projetado em suas paredes as imagens captadas, mas com um enorme zoom em certas partes, para centrar a imagem em pequenos detalhes que normalmente não observamos direito, como os olhos da pessoa, sua orelha, tornozelo, joelho, etc.
Assim essas imagens seriam abrigadas na estrutura e expandidas para todos que estejam nelas prestarem atenção nesses detalhes.

Guto Lacaz.

Artista multimídia, desenhista, ilustrador, designer, cenógrafo e editor de arte de revistas. Sua produção transita entre o design gráfico, a criação com objetos do cotidiano e a exploração das possibilidades tecnológicas na arte, sempre tratada com humor e ironia. O artista mostra-se extremamente coerente com a variedade de lugares e situações onde apresenta seus trabalhos: de galerias e museus a teatros, espaços públicos e televisão.
Em suas obras e performances, Guto manipula diversos objetos e apresenta-se como uma mescla de artista-ator, inventor e mágico. Em suas instalações, transforma radical e poeticamente as funções dos objetos do dia-a-dia, chegando a tangenciar o insólito

Após navegar no site onde mostra seus trabalhos, selecionei três que achei mais interessantes para postar no blog:
1) Coicidencias industriais.


Esse trabalho me interessou muito por tratar de algo que normalmente nem nos damos conta.
Como alguns produtos de nosso cotidiano que apresentam formas iguais, também costumam apresentar o tamanho dessa forma igual. E ele trata isso de uma forma bem divertida, encaixando esses objetos, mostrando como esse encaixe é perfeito. E como ele traz poucos exemplos, nos instiga a tentar descobrir mais coicidências como essas. E ao mesmo tempo nos faz pensar do porque da existencia dessa coicidência: Por praticidade? Ou quando trabalhamos com uma forma comum (o círculo por exemplo) nosso subconciente nos induz a fazer um tamanho que ja estamos familiarizados? Ou algum outro motivo?


2) A arte atrás da arte.

O trabalho nos mostra como as obras de arte são guardadas para serem trasnpostadas de uma galeria a outra. Podemos notar o extremo cuidado, a utilização de grades, caixas, etiquetas, e outros. Esse cuidado chegar a ser tão minimalista que é também uma arte, que normalmente não nos damos conta, pois não nos perguntamos como a obra foi parar no local. Ou seja, essa arte está em segundo plano, 'atrás da arte'.

3) Páginas preciosas: Templo-mídia.

A instalação é feita com 250 páginas duplas de jornal, as quais tiveram suas fotos destacadas e o resto das informações pintadas de dourado.
Além de gerar um efeito visual interessante e muito forte, pelo número de imagens soltas na sala, Lacaz desconstrói a função do jornal, de informar, pois a foto sozinha não é capaz disso. E levanta uma crítica para muitos que, na pressa, percorrem o jornal lendo apenas manchetes e fotos, não se informando direito dos fatos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Abrigo. Idéias iniciais.


Após uma discutir com o grupo e somarmos idéias, chegamos ao concenso de que nosso abrigo deve ser acessível para todos. Então não pode depender exclusivamente da visão/audição, para deficientes também poderem interagir com ele.
Por isso pensamos em trabalhar mais com o tato, mas sem excluir efeitos visuais/sonoros. Buscando colocar materiais diversos para a pessoa tocar e ter diversas sensações. E colunas de espuma, que quando tocadas mudem a iluminação/som do ambiente.

Nosso principal objetivo é criar um espaço de abrigo para o cotidiano apressado das pessoas. Por isso pensamos em colocar um relógio sem ponteiros no abrigo, para a pessoa la dentro esquecer de ficar se preocupando com o tempo e seus afazeres, e poder dedicar um tempo a ela, para poder esquecer o mundo do lado de fora, e pensar nela mesma ou não pensar em nada e apenas realaxar, diminuir seu stress cotidiano.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Matthew Barney

Ao escolher um artista para me aprofundar para a visita a Inhotin, me surgiu uma grande dúvida, pelo grande número de obras que me interessei no site.
Porém um artista me interessou mais, a primeiro momento por ser casado com minha cantora preferida, Björk. Mas depois de pesquisar mais sobre suas obras descobri ser um grande artista plástico, fotógrafo e cineastra.

Sua obra em Inhotin, Lama Lamina , ja é magnífica por si só: Um trator suspendendo uma árvore no ar. E essa completamente ferida por armas e serras. Mostrando como a máquina está dominando a natureza numa relação quase brutal; e o ambiente construído faz com que a imagem seja refletida nas paredes, mas ao mesmo tempo se veja o exterior, dando a impressão que aquela luta está em todos lugares.
E a obra ganha ainda mais significado quando o artista diz que se refere a cultura africana, representando a luta de Ogum, orixá (espécie de deus da cultura africana) do ferro e da guerra, contra Ossanha, orixá da natureza. Daí observamos algo não visto em primeira análise. Por exemplo, como a imagem pode representar Ossanha sendo sufocado por Xogum, o suspendendo com apenas uma mão. E ao mesmo tempo vemos manchas de terra em Xogum, que talvez represente Ossanha tentando se defender do inimigo, o que é inútil, uma vez que o inimigo tem uma resistência e força muito maior.
Tal obra, além de nos fazer pensar sobre um tema ecológico muito importante ainda valoriza a cultura afro-brasileira, o que a torna ainda mais linda.



Edit (25 de maio):
Para conhecer mais do trabalho de Barney consegui, com muito custo, baixar um de seus filmes, Drawing Restraint 9.
O filme foi feito a partir de um estudo aprofundado por ele e sua mulher, Björk, sobre a cultura japonesa. Com o conhecimento de rituais e costumes Barney montou os cenários e pensou na história do filme, enquanto Björk trabalhou na trilha sonora, utilizando na maioria das músicas um instrumento típico japones, o Shō.
O filme se passa quase todo em um navio oriental, onde ocorrem duas hisórias separadas. A visita de dois ocidentais a (protagonizados pelo casal) e a tripulação do navio trabalhando em um objeto com uma forma bizarra.
Além de sua excelente beleza visual, com objetos e trajes muito bem trabalhados pelo artista, bom movimento de câmera e a bela fotografia; o primeiro ponto que me interessou é ver como a costumes japoneses muito antigos ainda sobrevivem ao meio de um Japão tão modernizado. Vemos isso ja na segunda cena, aonde ocorre um festival típico japonês para a saída de um navio moderno, em um ambiente maquinizado, cena que ocorre em paralelo com homens trabalhando em uma construção (talvez para mostrar o convívio da cultura e do progresso).
Também se mostra a delicadeza oriental, com movimentos leves e lentos, muito fácil de se observar na primeira cena, quando se mostra todo o processo de embrulho de um presente (muito mais complicado e sofisticado do que parece); e em uma cena que mostra o costume japonês de se tomar chá (algo com um ritual bem mais elaborado do que no nosso mundo).
Além de toda essa ênfase na cultura, também me interessou muito o filme não seguir muita lógica. Com a ausência quase total de diálogos, ações inexplicadas, e cenas quase absurdas, fica muitas idéias na cabeça de quem o assiste, que interpreta o que acontece a sua maneira.